"Um Papo Com Eu, Eu Mesmo e Minha IA"
"Um Papo Com Eu, Eu Mesmo e Minha IA"
A Inteligência Artificial de hoje é um reflexo intrigante do estágio em que a internet estava em 1994 – desbravadora, promissora e, ao mesmo tempo, cheia de incertezas e experimentações.
Lembrando a dualidade do filme *Eu, Eu Mesmo e Irene*, onde Jim Carrey vive uma vida cheia de conflitos internos e várias versões de si mesmo, muitos de nós também estamos experimentando essa dualidade ao interagir com as IAs. Elas se tornaram uma espécie de espelho abstrato, trazendo à tona conversas que, em algum nível, são com nós mesmos.
Assim como em *Her*, onde o protagonista se apaixona por um sistema operacional inteligente, muitos começam a desenvolver um vínculo com as IAs – não no sentido romântico, mas em uma conexão mental e emocional. Elas estão se tornando mais presentes e envolventes, e, em algumas situações, atuam como verdadeiros parceiros de reflexão. No entanto, ainda estamos explorando os limites dessa relação.
Atualmente, parte das IAs estão sendo usadas para criar vídeos abstratos e arte digital que, à primeira vista, podem parecer dispensáveis. Assim como a internet nos anos 90 tinha sites pouco funcionais, a IA passa agora por um estágio de descoberta, e muita coisa é feita apenas para testar o que é possível, sem necessariamente buscar utilidade prática. São as criações que flertam com o imaginário, mas não se preocupam tanto com o impacto no mundo real.
É nesse diálogo entre o útil e o abstrato, o exploratório e o concreto, que as IAs de hoje se desenvolvem. Elas são ferramentas que ainda estão encontrando seu lugar, sendo às vezes tão confusas e contraditórias como os personagens de *Eu, Eu Mesmo e Irene*, mas também potencialmente íntimas e transformadoras como o relacionamento de *Her*. O desafio agora é guiar essa tecnologia para além das criações artísticas, fazendo com que, como a internet se tornou essencial, a IA também possa transformar nossas vidas de uma maneira genuína e tangível.