Brasileira ligada à secretária de imprensa de Trump, Leavitt, é libertada pela agência de imigração.
A mãe do sobrinho da secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, teve sua fiança liberada da custódia do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos) em meio a alegações conflitantes sobre sua imigração e seu parentesco com Leavitt.
Uma mulher nascida no Brasil e com laços familiares com a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, está sendo liberada da custódia do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês), pois contestou uma possível deportação, segundo informou seu advogado.
Bruna Ferreira, residente de longa data em Massachusetts, recebeu uma fiança de US$ 1.500 na segunda-feira de um juiz de imigração em um centro de detenção na Louisiana. Ferreira foi presa por agentes do ICE no mês passado enquanto dirigia para buscar seu filho de 11 anos em New Hampshire. Ela já foi noiva do irmão de Leavitt, Michael.
Seu advogado, Todd Pomerleau, disse em uma mensagem de texto que “argumentamos que ela não representava perigo nem risco de fuga” e acrescentou: “O governo concordou com nosso argumento e em nenhum momento alegou que ela era uma imigrante ilegal criminosa, renunciando ao direito de apelação”.
A Casa Branca tentou distanciar Leavitt do caso, afirmando em um comunicado que Ferreira não falava com o secretário de imprensa “há anos”. Autoridades do governo Trump não apresentaram provas para suas alegações sobre o histórico de Ferreira.
No entanto, documentos judiciais, fotografias de família e reportagens anteriores indicam que Ferreira morava com o filho e compartilhava a guarda com Michael Leavitt. Em entrevista ao The Washington Post, Ferreira afirmou ter escolhido Karoline Leavitt para ser madrinha de seu filho.
O porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS) afirmou em um e-mail que Ferreira é uma “imigrante ilegal criminosa” que foi detida por agressão, alegação que Pomerleau nega. O DHS também declarou que Ferreira entrou nos EUA com um visto de turista B2, que a obrigava a deixar o país em 1999.
“Ela terá que comparecer periodicamente perante as autoridades policiais do ICE para garantir que esteja cumprindo os termos de sua libertação”, acrescentou o porta-voz do DHS.
Um funcionário do governo Trump descreveu Ferreira como uma mãe ausente que “nunca morou com o filho”. O funcionário disse que a criança vive em tempo integral com Michael Leavitt em New Hampshire desde o nascimento.
Ferreira afirmou que a caracterização feita pela Casa Branca de que ela nunca conviveu com o filho é “repugnante” e falsa.
Segundo o jornal North Andover Eagle-Tribune, Ferreira e Michael Leavitt ficaram noivos em 2014, quando o filho deles, Mike Jr., tinha oito meses de idade.
Pomerleau contesta essas versões, insistindo que seu cliente tem a guarda compartilhada. Ele afirmou que Ferreira veio para os EUA ainda criança e, posteriormente, se inscreveu no programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), que concede proteção contra deportação a pessoas trazidas ao país sem autorização quando crianças. Segundo ele, o homem de 33 anos manteve seu status legal sob o DACA e agora busca um green card.
As tentativas do ex-presidente Donald Trump de acabar com o DACA durante seu primeiro mandato foram bloqueadas pela Suprema Corte dos EUA.
Karoline Leavitt recusou-se a comentar o caso. A atual secretária de imprensa ganhou destaque como porta-voz de Donald Trump durante sua campanha de 2024 e agora ocupa um cargo-chave na Casa Branca. Ela se tornou uma das principais defensoras da repressão agressiva do governo contra imigrantes indocumentados e apoiou publicamente operações mais rigorosas do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos).
Fonte: www.aljazeera.com
