Contrato milionário liga Banco Master ao escritório da esposa de Moraes
PF apreende documento de R$ 129 milhões e Toffoli, relator do caso, pega carona em voo com advogado do banco durante investigação
O escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mantinha um contrato com o Banco Master que previa o pagamento de R$ 129 milhões ao longo de três anos. O contrato determinava a prestação de serviços de consultoria e assessoria jurídica ao banco, com remuneração mensal prevista de R$ 3,6 milhões a partir do início de 2024.
O documento foi localizado pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Compliance Zero, deflagrada no mês passado. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo. Durante as diligências, os agentes encontraram no celular de Vorcaro o contrato firmado com o escritório de Viviane Barci de Moraes, incluindo detalhes sobre a remuneração e o escopo dos serviços.
O texto não especificava processos ou causas, apenas determinava que o escritório deveria representar o banco “onde for necessário”, sempre que acionado. Caso tivesse sido integralmente executado, o acordo renderia R$ 129 milhões ao escritório, montante que não será pago devido à liquidação extrajudicial do banco, determinada pelo Banco Central.
Mensagens internas apreendidas pela PF indicam que o pagamento ao escritório de Viviane Barci de Moraes era tratado como prioridade. Em comunicações com a equipe, Vorcaro afirmava que os repasses “não podiam deixar de ser feitos em hipótese alguma”.
A Operação Compliance Zero investiga um esquema de fraude bilionária envolvendo o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB). Segundo a PF, o Master teria vendido carteiras de crédito sem lastro ao BRB, com a anuência do então presidente do banco estatal, Paulo Henrique Costa, que foi afastado do cargo. Vorcaro chegou a ser preso na operação e foi solto na semana passada.
Toffoli pega carona em jatinho
Paralelamente às investigações sobre o Banco Master, o ministro Dias Toffoli, relator do caso no Supremo, viajou a Lima, no Peru, para assistir à final da Libertadores entre Flamengo e Palmeiras no mesmo avião particular em que estava um advogado que atua na defesa de um dos diretores da instituição.
Toffoli embarcou em um jatinho do empresário e ex-senador Luiz Oswaldo Pastore. No voo também estavam o advogado Augusto Arruda Botelho, que representa o diretor de compliance do Master Luiz Antônio Bull em processos no STF, e o ex-deputado Aldo Rebello.
Fonte: Correio Braziliense
