Prefeito eleito de Ibirá é denunciado por compra de votos e abuso de poder econômico
por FELIPE VITAL
POLÍTICA
Prefeito eleito de Ibirá é denunciado por compra de votos e abuso de poder econômico
MP acusa Nivaldo "Biscoito" Negrão e aliados de esquema eleitoral ilícito.
FELIPE VITAL - 03/12/2024 13:57:55
O Ministério Público Eleitoral apresentou denúncia à Justiça Eleitoral contra o prefeito eleito de Ibirá, Nivaldo Domingos Negrão, conhecido como Biscoito (Republicanos), por suposta compra de votos.
A denúncia inclui também o vice-prefeito eleito João Renato Tavares, o vereador eleito Rodrigo Pagliusi (Republicanos), o presidente do Republicanos em Ibirá, Cristiano Negrini, e os candidatos a vereador não eleitos Marcelo Sinval de Araújo (MDB) e Eberson Benedito Lopes de Souza (Avante).
De acordo com a acusação, o esquema de captação ilícita de votos envolvia o pagamento de dinheiro a eleitores em troca de seus votos, com um processo elaborado para disfarçar a natureza das transações como pagamento por serviços prestados. Segundo a promotora eleitoral Bruna Maria Buck Muniz, as promessas de pagamento ocorreram na véspera e no dia das eleições, com a entrega de R$ 200 aos eleitores mediante a apresentação dos títulos de eleitor e comprovantes de votação, e mais R$ 300, caso os candidatos fossem eleitos.
A investigação aponta que o esquema, que envolvia candidatos a vereador e fiscais, foi crucial para a vitória dos envolvidos, especialmente devido à diferença mínima de votos entre Biscoito e o candidato opositor. Além disso, os fiscais também foram pagos de forma semelhante, com promessas de R$ 200 pelo trabalho nas eleições e mais R$ 300 se os candidatos e Biscoito tivessem sucesso.
A denúncia revela ainda que os pagamentos foram feitos sem a devida documentação fiscal, com dinheiro sendo transferido via PIX ou em espécie, em uma residência vizinha ao "Magazine Biscoito", loja de Nivaldo.
Além disso, foi identificado que veículos, incluindo um caminhão de propriedade de João Renato, foram usados para o transporte de material de campanha, mas tais recursos não foram declarados nas prestações de contas. A denúncia também inclui provas como áudios, prints e comprovantes de transferências via PIX, além de depoimentos de eleitores que alegam ter recebido cestas básicas e botijões de gás como pagamento por seus votos.
A promotora pediu que a ação fosse julgada procedente, com a aplicação de multas, cassação de registro ou diploma e inelegibilidade dos denunciados. A denúncia foi formalizada em 28 de novembro de 2024.
Defesa
O advogado de defesa de Biscoito, Márcio Antônio Mancilia, afirmou que o prefeito eleito ainda não foi citado formalmente para apresentar sua defesa, mas garantiu que todas as acusações serão contestadas. Mancilia também mencionou que, durante a campanha, o grupo político de Biscoito enfrentou 16 impugnações, todas julgadas improcedentes.