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PT e PL se unem para eleição de Hugo Motta à presidência da Câmara dos Deputados

por FELIPE VITAL
2024-11-01 16:47:21
POLÍTICA

PT e PL se unem para eleição de Hugo Motta à presidência da Câmara dos Deputados

Apoio consolida favoritismo do líder do Republicanos para suceder Arthur Lira no comando da Casa.

FELIPE VITAL - 01/11/2024 16:47:21
Foto: Divulgação

PT e PL se unem para eleição de Hugo Motta à presidência da Câmara dos Deputados -


Os principais partidos da Câmara dos Deputados anunciaram, na última quarta-feira (30), apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa. O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, confirmaram adesão ao nome de Motta, que conta com o aval do próprio Lira. Juntas, as bancadas do PT, PL e MDB somam 217 deputados: 80 do PT, 92 do PL e 45 do MDB.


A eleição para a presidência da Câmara está marcada para 1.º de fevereiro do próximo ano. Além de Motta, os deputados Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) também concorrem ao cargo, mas os recentes apoios consolidam o favoritismo do líder do Republicanos.

O PL oficializou seu apoio por meio do deputado Altineu Cortes (RJ), líder da sigla, em um anúncio feito em frente à sala da liderança do PT. Cortes destacou que será formada uma comissão do partido para negociar pautas importantes com Motta, mas reiterou o apoio formal. “Eu quero formalizar o apoio do PL à candidatura do deputado Hugo Motta”, disse. A candidatura de Motta já havia conquistado o respaldo do Podemos e do PP.

Apesar do apoio consolidado, uma ala bolsonarista defendia uma postura mais rígida, com reivindicações específicas para garantir apoio ou até mesmo a possibilidade de lançar um candidato próprio. No entanto, o grupo majoritário decidiu apoiar Motta. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, justificou a escolha: “Hugo Motta é muito equilibrado e tende a ser um bom presidente”. Entre as exigências feitas pelo PL, está a votação do projeto de anistia para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro, além de espaço na vice-presidência e em comissões importantes. “Tivemos uma reunião muito boa com a bancada. Agora, o pessoal só está acertando os espaços e a nossa pauta”, disse Altineu.

Projeto de anistia

A movimentação de Lira para consolidar seu sucessor não agradou a todos os bolsonaristas. Nesta semana, o presidente da Câmara transferiu da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para uma comissão especial o projeto de lei que propõe anistia aos bolsonaristas condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos de 8 de janeiro, o que pode atrasar sua tramitação. O projeto é visto como crucial para reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

A medida recebeu apoio de Valdemar Costa Neto e do próprio ex-presidente, mas gerou insatisfação em aliados como Caroline de Toni (SC), presidente da CCJ, que perderia o protagonismo de aprovar uma pauta importante para a base bolsonarista. A pressão sobre os parlamentares por parte do eleitorado tem aumentado, já que algumas sentenças chegam a 17 anos de prisão. Lira teria garantido ao PL que o parecer da comissão especial seria dado ainda neste ano, mas há ceticismo entre os deputados sobre o cumprimento dessa promessa.

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