
Alckmin antecipa retorno a Brasília para tratar de taxação do aço e alumínio pelos EUA
por FELIPE VITAL
POLÍTICA
Alckmin antecipa retorno a Brasília para tratar de taxação do aço e alumínio pelos EUA
Vice-presidente defende diálogo antes de qualquer medida do Brasil.
FELIPE VITAL - 11/02/2025 15:39:52


O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, antecipou sua volta a Brasília na última segunda-feira (10) para discutir a taxação de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Após compromissos em Valinhos, no interior de São Paulo, Alckmin reuniu sua equipe ministerial para avaliar a situação e preparar uma resposta à medida. No entanto, ao falar com a imprensa após o encontro, ele não adiantou quais ações o governo brasileiro pretende tomar.
A postura do vice-presidente segue a linha cautelosa já defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que propõe aguardar medidas concretas antes de qualquer reação oficial. Durante um evento antes de viajar para Brasília, Alckmin destacou que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é equilibrada e que é necessário acompanhar os desdobramentos da possível taxação.
"É uma relação equilibrada, é um ganha-ganha. Eles até têm um pequeno superávit sobre o Brasil. Vamos aguardar ainda essa questão da taxação. Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. A nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações", afirmou.
O vice-presidente lembrou que, durante o primeiro mandato de Trump, tarifas semelhantes foram anunciadas, mas o Brasil conseguiu negociar cotas que minimizaram os impactos da medida. Agora, o governo brasileiro estuda alternativas para evitar prejuízos ao setor siderúrgico, que tem nos EUA um de seus principais mercados. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os americanos, atrás apenas do Canadá.
A equipe econômica do governo avalia que qualquer decisão precisa ser coordenada com outros órgãos, como o Ministério das Relações Exteriores, para garantir uma estratégia eficaz caso a taxação seja oficializada. Questionado sobre possíveis retaliações comerciais, Alckmin reforçou a necessidade de cautela e defendeu a busca por diálogo antes de qualquer medida mais drástica.
"Olha, vamos aguardar, porque nós acreditamos muito no diálogo. Isso já aconteceu antes, mas houve cotas, foram estabelecidas cotas. A parceria Brasil-Estados Unidos é equilibrada, é um ganha-ganha, nós exportamos para eles, eles exportam para nós", afirmou.
O governo brasileiro segue monitorando a situação para evitar impactos negativos na balança comercial e busca alternativas para preservar as exportações nacionais.