Cessar-fogo no Líbano é abalado por acusações mútuas entre Israel e Hezbollah
por FELIPE VITAL
GUERRA
Cessar-fogo no Líbano é abalado por acusações mútuas entre Israel e Hezbollah
Estados Unidos e França, mediadores do cessar-fogo, acompanham de perto a situação.
FELIPE VITAL
Pouco mais de 24 horas após a entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah no sul do Líbano, as tensões voltaram a subir. Ambos os lados se acusaram nesta quinta-feira (28) de violar o acordo de trégua, que foi mediado por Estados Unidos e França e prevê uma interrupção dos combates por 60 dias.
O Exército do Líbano, que assumiu o monitoramento da região, afirmou que as forças israelenses violaram o acordo "diversas vezes" desde quarta-feira, data do início da trégua. Israel admitiu ataques aéreos contra um suposto depósito de foguetes do Hezbollah no sul do Líbano, enquanto fontes locais relataram disparos de tanques israelenses na cidade de Markaba, também na área de conflito.
Por outro lado, o Exército de Israel justificou suas ações como resposta à presença de veículos suspeitos no território libanês, acusando o Hezbollah de continuar suas operações na região, o que, segundo eles, configuraria uma violação do acordo.
Toque de recolher e supervisão internacional
Na noite de quarta-feira (27), Israel impôs um toque de recolher aos moradores do sul do Líbano para monitorar movimentações do Hezbollah, uma medida que gerou controvérsias. O acordo prevê a retirada gradual das tropas israelenses e do Hezbollah do sul do Líbano, que será controlado pelo Exército libanês e forças da ONU.
Os Estados Unidos e a França, mediadores do cessar-fogo, acompanham de perto a situação, enquanto a ONU tenta assegurar o cumprimento do pacto na região de fronteira.
Cenário de instabilidade
O cessar-fogo é visto como uma tentativa de estabilizar uma área marcada por confrontos recentes, mas as acusações mútuas colocam em risco a frágil trégua. Observadores internacionais alertam que, sem o cumprimento rigoroso dos termos do acordo, a escalada do conflito pode ser retomada, agravando ainda mais a crise no Líbano.