MPE obtém áudios e imagens sobre possível compra de votos em Ibirá

O Ministério Público Eleitoral (MPE) obteve áudios, prints de conversas e comprovantes de Pix que podem servir como provas nas investigações de um possível esquema de compra de votos nas eleições de Ibirá (SP), em outubro. A denúncia envolve o prefeito eleito Nivaldo Negrão, conhecido como Biscoito, o vice-prefeito eleito, João Renato Tavares, e o vereador eleito Rodrigo Augusto Pagliusi, todos do Republicanos.

O MPE pede à Justiça a cassação dos mandatos dos três políticos e também a condenação de Cristiano Negrini, presidente do Republicanos em Ibirá, e dos candidatos a vereador derrotados Marcelo Sinval de Araújo e Eberson Benedito Lopes de Souza, o Binho.

Segundo as investigações, que duraram 40 dias, os candidatos a prefeito e vice-prefeito teriam autorizado vereadores da base a cooptar eleitores em troca de R$ 200 por voto, com a promessa de mais R$ 300 caso os candidatos fossem eleitos. O MPE relata que três denúncias foram feitas sobre compras de votos, sendo duas pessoalmente à Justiça Eleitoral e uma de forma anônima.

A promotoria obteve áudios com testemunhas, prints de conversas pelo WhatsApp e comprovantes de pagamentos via Pix, que fundamentam a acusação contra os seis denunciados. Os investigados podem responder por captação ilícita de sufrágio, gastos ilícitos de recursos para fins eleitorais e abuso do poder econômico.

O advogado de Nivaldo Negrão, Marco Antônio Mancilia, refutou as acusações, afirmando que não há evidências do envolvimento do prefeito eleito ou de seu vice no esquema. “Vamos demonstrar a verdade dos fatos”, disse o advogado, destacando que não há provas de envolvimento de seu cliente nas conversas ou transações financeiras citadas.