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Inflação ultrapassa teto e fecha o ano em 4,83%

por FELIPE VITAL
2025-01-10 12:06:35
ECONOMIA

Inflação ultrapassa teto e fecha o ano em 4,83%

Com alta nos preços de alimentos, saúde e transportes, IPCA fecha o ano em 4,83%, acima do teto de 4,50%.

FELIPE VITAL
Foto: Divulgação

Inflação ultrapassa teto e fecha o ano em 4,83% -


O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, encerrou 2024 em 4,83%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10). O resultado ficou 0,33 ponto percentual acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo - ou seja, 4,50%.


Além de ultrapassar a meta, o IPCA de 2024 foi 0,21 ponto percentual superior ao de 2023, quando o índice ficou em 4,62%. Os maiores impactos vieram dos grupos Alimentação e Bebidas, com alta acumulada de 7,69% no ano, seguido por Saúde e Cuidados Pessoais (6,09%) e Transportes (3,30%). Esses três grupos responderam por aproximadamente 65% da inflação de 2024. Em dezembro, a inflação registrou aceleração, com alta de 0,52% frente a 0,39% em novembro.

Desde 1999, quando o regime de metas foi adotado no Brasil, esta foi a oitava vez que o objetivo não foi alcançado. Agora, o Banco Central precisará justificar ao governo os motivos do descumprimento. Ainda nesta sexta-feira, às 18h, o BC deve divulgar uma carta aberta ao ministro Fernando Haddad, presidente do CMN, explicando as razões e apresentando medidas para retomar o controle inflacionário.

A partir de 2025, uma meta contínua de inflação será adotada, exigindo que o Banco Central apresente explicações ao governo caso a meta seja descumprida por seis meses consecutivos.

Em 2024, o BC elevou a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, encerrando o ano em 12,25% ao ano, com previsões de novas altas. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrerá em 28 e 29 de janeiro, em um cenário de crescimento econômico forte, mercado de trabalho aquecido, desvalorização cambial e expectativas inflacionárias fora de controle.

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