Parlamento bloqueia decreto de lei marcial na Coreia do Sul

Parlamentares da Coreia do Sul votaram, nesta terça-feira (3), para bloquear o decreto de Lei Marcial anunciado pelo presidente Yoon Suk-yeol. A moção para anular a medida foi aprovada com 190 votos favoráveis e nenhum contrário, em um Parlamento com 300 assentos.

Ainda não está claro o impacto prático da votação sobre o decreto presidencial. No entanto, segundo a legislação sul-coreana, o presidente é obrigado a acatar a decisão parlamentar.

Este é o primeiro decreto de lei marcial no país desde o fim da ditadura militar, na década de 1980. Yoon justificou a medida como uma resposta a supostos “elementos pró-Coreia do Norte”, mas não apresentou detalhes sobre as ameaças. Em contrapartida, a oposição, que detém a maioria no Parlamento, acusou o presidente de tentar ampliar seus poderes e reprimir críticas ao seu governo.

O anúncio, feito em um pronunciamento-surpresa transmitido pelas TVs, gerou protestos em Seul. Centenas de manifestantes se reuniram no Parlamento para exigir a revogação da medida. Após a votação, o clima foi de comemoração, com pedidos de prisão do presidente. Forças especiais que haviam ocupado o local começaram a se retirar, segundo a imprensa local.

Yoon, que governa há dois anos, enfrenta críticas crescentes por suas ações recentes, incluindo a rejeição de propostas do orçamento e uma moção de impeachment contra promotores aliados, amplificando a tensão política no país.