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PRESIDENTE DA COREIA DO SUL DECRETA LEI MARCIAL NO PAÍS
por FELIPE VITAL
URGENTE
PRESIDENTE DA COREIA DO SUL DECRETA LEI MARCIAL NO PAÍS
Medida do presidente Yoon Suk-yeol provoca reação de oposição e da própria base aliada.
FELIPE VITAL
Nesta terça-feira (3), o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol decretou lei marcial no país, justificando a medida como necessária para “limpar o território de aliados da Coreia do Norte”. A decisão foi amplamente criticada pela oposição e gerou reações negativas até mesmo dentro do governo.
A lei marcial suspende direitos civis, impõe censura à imprensa, proíbe manifestações e substitui as leis civis por militares. O Parlamento foi fechado pelas forças especiais da polícia, mas deputados da oposição conseguiram entrar e realizaram uma sessão de emergência, declarando a medida inconstitucional.
Yoon acusou a oposição, que detém maioria no Parlamento, de tentar inviabilizar seu governo e de se alinhar com interesses norte-coreanos. Ele criticou iniciativas recentes dos parlamentares, como uma moção de impeachment contra promotores e a rejeição ao orçamento do governo. No entanto, o presidente não apresentou provas claras das ameaças vindas da Coreia do Norte.
“Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestado pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional livre”, afirmou Yoon em pronunciamento transmitido ao vivo pelas TVs sul-coreanas.
A reação foi imediata. Manifestantes se dirigiram ao Parlamento, onde militares começaram a ocupar o local, segundo imagens da imprensa internacional. Instabilidades em portais de notícias locais também foram relatadas. Críticas vieram de todos os lados. O chefe da Polícia Nacional classificou a medida como preocupante e convocou uma reunião emergencial. Han Dong-hoon, líder do partido do presidente, também se posicionou contra a lei marcial, afirmando que foi “um erro” e prometendo lutar para reverter a decisão.
Essa é a primeira vez que a Coreia do Sul decreta lei marcial desde o fim da ditadura militar na década de 1980, e o cenário político do país, um dos principais aliados do Ocidente, está em turbulência.