Infectologista alerta sobre epidemia de dengue em Rio Preto e região
por FELIPE VITAL
SAÚDE
Infectologista alerta sobre epidemia de dengue em Rio Preto e região
Região enfrenta uma das epidemias mais graves, com circulação do sorotipo 3 após 15 anos e alta de casos graves entre jovens.
FELIPE VITAL
São José do Rio Preto e região estão enfrentando uma epidemia de dengue com características preocupantes e diferentes de surtos anteriores, alerta a médica infectologista Cássia Estofolete, do Hospital de Base e professora da disciplina de doenças infecciosas da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp).
“Esta epidemia merece muito a atenção de todos nós, porque existem dois sorotipos de vírus da dengue diferentes dos que já circularam aqui anteriormente. Um em especial, o sorotipo 3, que não registrávamos casos de internação hospitalar na região há mais de 15 anos”, ressalta Dra. Cássia. Este sorotipo se junta ao sorotipo 2, já presente no noroeste paulista.
Outro ponto de atenção é o aumento de casos graves em jovens adultos. “Pessoas em torno de 20 e 30 anos normalmente apresentam uma resposta inflamatória mais exacerbada e sabemos que a dengue depende na sua sintomatologia e gravidade de uma resposta inflamatória. Com isso, é esperado, inclusive, que a gente tenha muito mais casos graves”, pontua a médica.
Ações contra o Aedes aegypti
Embora campanhas públicas sejam importantes, Dra. Cássia enfatiza a responsabilidade individual no combate ao mosquito transmissor da dengue. “Cada um de nós precisa se conscientizar de seu papel dentro de sua comunidade, de seu local de atuação, inclusive profissional, neste processo de combate à transmissão da doença”, afirma.
Medidas simples, mas eficazes, incluem eliminar criadouros do mosquito, como pneus, garrafas abertas, baldes e vasos de plantas, além de recipientes menores, como tampinhas de garrafas e copos plásticos. “Uma tampinha de garrafa que fica ali no ambiente, aquele copo plástico que foi inadvertidamente jogado no ambiente, todo local que possa reter água é um criadouro desse mosquito”, explica a infectologista.
Uso de repelentes e atenção aos sintomas
Dra. Cássia também recomenda o uso de repelentes adequados para cada faixa etária como forma de proteção adicional. Além disso, identificar os sintomas da dengue é essencial para buscar ajuda médica rapidamente.
Considerada uma das epidemias mais graves já enfrentadas pela região, a situação exige maior conscientização e mobilização da população para reduzir casos graves e evitar novas infecções.
Confira o depoimento completo da doutora: